PEDOFILIA E ESTIGMA SOCIAL

UMA ANÁLISE FENOMENOLÓGICO-EXISTENCIAL DO SER PEDÓFILO

Resumo

A pedofilia é abordada como um transtorno da preferência sexual, caracterizado pela busca de satisfação sexual através de meios inadequados, especificamente envolvendo crianças e adolescentes (13 anos ou menos). O estigma social em torno desse transtorno é discutido, destacando a falta de informação e a associação equivocada entre pedofilia e abuso sexual. A pesquisa proposta teve como objetivo analisar a pedofilia pela abordagem fenomenológico-existencial, buscando compreender a experiência existencial do sujeito pedófilo e a maneira como enfrenta o estigma social associado a essa condição. Enquanto metodologia, foi realizada pesquisa bibliográfica com buscas realizadas no Google Acadêmico, SciELO e BVS, com filtro para artigos científicos entre 2004 e 2024, com as palavras-chave: pedofilia, estigma social e fenomenologia. Também foram selecionados livros clássicos da fenoemnologia datados de 1998 a 2014. Os resultados observados nesse trabalho indicaram que o ser pedófilo, na perspectiva do Dasein, enfrenta a sua existência permeada por desafios éticos ao lidar com seus impulsos e comportamentos tão repelidos socialmente. Nesse caso, o estigma que se manifesta pode gerar a alienação que afeta a capacidade desses sujeitos de buscar a compreenderem-se de forma mais autêntica, aceitando e a partir daí lidando com o transtorno. Ainda, a análise mostrou que a abordagem fenomenológico-existencial é capaz de fornecer uma base importante de intervenções terapêuticas com olhar mais inclusivo, afastando-se da simples patologização ou punição desses indivíduos, tornando-se um método mais compreensivo da realidade existencial do ser. Sugere-se ainda, políticas públicas voltadas para o cuidado e tratamento desses indivíduos, com medidas menos punitivas e mais integradoras. Conclui-se que a conscientização social da pedofilia distanciada do estigma e a clareira fenomenológica desvelando o ser pedófilo podem contribuir para um projeto melhor de qualidade de vida em compartilhamento com pesquisas que promovam diálogos interdisciplinares e a conscientização sobre a importância do tratamento psicológico às pessoas afetadas pela pedofilia, visando a promoção da saúde mental.