INCLUSÃO FEMININA NO TRABALHO

UMA ANÁLISE SOBRE RISCOS PSICOSSOCIAIS E SAÚDE MENTAL

Resumo

A luta feminina por direitos e igualdade tem sido vista desde a antiguidade e marca momentos históricos ao longo da existência humana, como no período colonial e na segunda guerra mundial, onde as mulheres tiveram papel econômico crucial, mas foram incentivadas a retomar seus papéis tradicionais. Movimentos feministas passaram a denunciar a exclusão das mulheres da narrativa histórica, especialmente nas guerras e no mercado de trabalho, no entanto, a inclusão feminina no mercado foi e ainda é marcada por longas jornadas, baixos salários, assédio e a sobrecarga da dupla jornada (trabalho e responsabilidades domésticas). O tema se mostra atual e relevante, principalmente em contextos de funções predominantemente masculinas, como é o caso do presente trabalho. Assim, este estudo teve como objetivo analisar o panorama da inclusão e permanência de mulheres em ambientes profissionais predominantemente masculinos, com ênfase na saúde mental e nos riscos psicossociais relacionados ao trabalho. Trata-se de um estudo transversal comparativo, de abordagem quanti-qualitativa, que contou com 28 participantes, com idades entre 18 e 50 anos. A coleta de dados foi realizada no formato online (n=18) e presencial (n=10), com trabalhadores atuantes dos setores de solda, manutenção automotiva e transporte. Para a coleta de dados foram utilizados os instrumentos: questionário sociodemográfico, de autoria própria; entrevista semiestruturada, também de autoria própria; Escala de Percepção de Riscos Psicossociais no Trabalho e a Escala de ansiedade, depressão e estresse no trabalho (EEAD-T), ambos atualmente em processo de validação psicométrica. Os resultados indicaram diferenças significativas entre as percepções de homens e mulheres quanto aos desafios enfrentados ao ingressarem na área e no contexto atual. As análises quantitativas destacaram aspectos relevantes sobre a saúde mental dos trabalhadores e apontaram fatores individuais importantes para o entendimento de um contexto organizacional mais inclusivo.