VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA CRIANÇAS E ADOLESCENTES E O FENÔMENO DA TRANSGERACIONALIDADE FAMILIAR JAÚ-SP

Resumo

Pode-se afirmar que, mesmo com as diretrizes protetivas do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que definem como sujeitos de direitos crianças e adolescentes, atualmente ainda se observa algum tipo de violência doméstica protagonizada por pessoas bem próximas a eles. É notório que qualquer tipo de violência pode trazer consequências, não apenas no momento da ocorrência, mas também, por toda a vida de quem foi vítima desse fenômeno. Por conseguinte, a intervenção na infância torna-se primordial para diminuir a incidência da prática da violência no futuro. O presente trabalho tem como objetivo analisar as características das famílias que reproduzem a violência física contra crianças e adolescentes e indicar a motivação para a prática dessa conduta recorrente, que atravessa gerações, levando em consideração as questões culturais sobre o tema, buscando uma intervenção precoce. Nesse sentido, teve como principais norteadores as predisposições dos autores de violência e as consequências às vítimas. Enfatizou-se, também, todo o processo de intervenção psicológica nesse contexto no nível de prevenção e rompimento do ciclo violento. A metodologia utilizada foi exploratória que permitiu conhecer mais sobre o assunto e todos os contextos que podem inserir a violência intrafamiliar. Os resultados obtidos permitiram entender que as primeiras experiências socializadoras ocorrem no núcleo familiar e dessa forma, as crianças e adolescentes utilizam os adultos como modelos referenciais para se comportarem e formarem representações e afetos. Assim, é possível afirmar que crianças e adolescentes, expostos à violência intencional e repetitiva aprendem esses padrões como verdades, e essas verdades internas, padrões mentais representacionais afetivos, serão mediadoras de suas relações sociais posteriores, podendo reproduzir violências vivenciadas.