AUTORIDADE ANÔNIMA E A LIBERDADE:

UM OLHAR FENOMENOLÓGICO PARA AS NARRATIVAS PRESENTES NO FÓRUM DA COMUNIDADE ASSEXUAL

Resumo

O presente trabalho objetivou explorar a respeito de o como o conceito de autoridade se relacionava frente a alguns relatos dos assexuais, membros da Comunidade Assexual. Encontrei essa possibilidade de atrelamento partindo de afetos compartilhados, usando da fenomenologia como arcabouço metodológico para que eu pudesse, enquanto pesquisador-participante, olhar para esses relatos e permitir-me ser afetado e abalado por esses, e é, justamente partindo desse abalo, que encontro um local, uma perspectiva para olhar o sentido por trás dos relatos vivenciais dos membros. Ao longo do processo de individuação o homem vai se deparando com sua liberdade e simultaneamente se percebendo isolado e amedrontado, em resposta a isso, junto da ansiedade em tomar decisões, este homem acaba sendo sujeito ao que chamarei por autoridade. Embora eu delimite e especifique teoricamente a existência de três vias em que essa autoridade é exercida, mantenho o meu ponto focal na autoridade anônima, que é justamente a autoridade que não pode ser apontada, diferentemente da autoridade externa – que aponta para um outro específico como o exercente desta – ou a autoridade interna – que aponta para si próprio –, nessa condição de impossibilidade em apontar ou acusar alguém, como reconhecer quem a exerce, então? A sociedade? Me embaso em Erich Fromm para responder a essa pergunta e, me parece que a resposta seria um simplório “sim”. Deleito-me nesse apontamento, não quantitativamente falando sobre o quanto a sociedade influi sobre o homem, mas qualitativamente, atentando-me no como.