FATORES DE RISCO, PROTEÇÃO E SAÚDE MENTAL DOS UNIVERSITÁRIOS NO RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS

Resumo

O contexto da Pandemia de Covid-19 gerou grande impacto político, econômico e social para o mundo por se tratar de um problema de saúde pública. O momento exigiu que algumas medidas fossem adotadas com o intuito de diminuir a disseminação do vírus, dentre elas o distanciamento social. Em se tratando do contexto acadêmico, estudos comprovam que estudantes universitários apresentam grande prevalência de diagnósticos de algum grau de ansiedade e depressão durante o curso, e essas manifestações estão associadas a diversas variáveis. Assim, o presente estudo teve como objetivo investigar fatores de risco e proteção vivenciados pelos universitários durante a Pandemia de Covid-19 e seus reflexos na saúde mental no retorno às aulas presenciais. Para tanto, realizou-se uma pesquisa experimental, de abordagem quanti-qualitativa. Participaram desta pesquisa 24 estudantes com idade superior a 18 anos, de ambos os sexos, corretamente matriculados em qualquer curso presencial, com duração de 4 ou 5 anos de uma faculdade localizada no interior de São Paulo. Após autorização do Comitê de Ética em pesquisa foi dado início a coleta de dados. Para a coleta de dados foram aplicados 3 instrumentos, sendo eles um questionário sociodemográfico de autoria própria, a Escala de Depressão, Ansiedade e Estresse (DASS-21) e a Escala de Percepção de Suporte Social (EPSUS-A). Os dados coletados mostraram que os níveis de depressão, ansiedade e estresse são preocupantes entre os universitários, visto que 54,1% dos participantes apresentaram níveis considerados preocupantes para ansiedade, enquanto 66,7% deles apresentaram índices preocupantes para estresse e 45,9% para sintomatologia depressiva. Quanto à percepção do suporte social, os resultados indicaram que mais da metade da amostra (58,3%) apresentaram níveis médio-baixo e baixo para suporte social. Os resultados obtidos, corroborados com a literatura, apontam que estudantes universitários são vulneráveis às psicopatologias por vivenciarem diariamente situações estressoras, as quais foram agravadas com as mudanças geradas pela pandemia. Assim, espera-se que a presente pesquisa possa servir como base para que sejam implementados serviços de suporte e acolhimento aos estudantes, especialmente em situações de calamidade pública.