O ALERTA DENTRO DA NARRATIVA EM O CONTO DA AIA

Resumo

Busca-se analisar O Conto da Aia, composição de Margaret Atwood, que carrega dentro do romance ficcional características da narrativa distópica, contudo, a análise vai mais adiante. Sob uma perspectiva feminina e individual, a autora alcança o macro utilizando o micro. Distopia, termo bem mais amplo do que mera imaginação pessimista sobre o futuro, contempla características únicas, as quais competem à obra estudada verossimilhança com a realidade. Usando de meios bibliográficos como artigos, dissertações, teses e livros considerados clássicos da distopia como 1984, Fahrenheit 451 e Laranja Mecânica, para exemplificar de forma clara os mecanismos literários por trás da concepção distópica, a qual, relacionada ao livro em análise. Os caracteres descritos e pautados são bem mais do que uma estratégia narrativa fixa, é preciso juntar mais do que um futuro caótico, repressivo, autoritário e alienado para assar um grande enredo distópico, é necessário interligar fatos, atribuir sentimentos e possibilidades humanas. O bolo perfeito foi assado por Atwood em uma narrativa perfeitamente coesa, dentro dos ditames distópicos. Um alerta que nunca se apaga quanto ao que aguarda a humanidade, as distopias possuem a função de denúncia, de oráculo infinito.