PREVALÊNCIA E SEVERIDADE DE SINTOMAS DE DISFUNÇÃO TEMPOROMANDIBULAR EM PRATICANTES DE CROSSFIT®
Palavras-chave:
Transtornos da Articulação Temporomandibular, Levantamento de Peso, Bruxismo.Resumo
Introdução: As alterações funcionais relativas à articulação temporomandibular (ATM) e estruturas mastigatórias são chamadas de Disfunção Temporomandibular (DTM). Esse distúrbio é caracterizado por ruídos articulares, limitação da amplitude de movimentos, desvios durante a função mandibular, dor pré-articular, na articulação ou na musculatura mastigatória, dores de ouvido, sensação de diminuição de acuidade auditiva, zumbido, tontura e vertigem. Nos exercícios de levantamento de peso muitas pessoas involuntariamente realizam o apertamento dentário visando aumento de força. Esse hábito está associado a sobrecarga dos dentes e dos músculos mastigatórios. Apesar do CrossFit® também ser uma modalidade que trabalha com levantamento de peso e alta intensidade, não foram encontrados artigos relacionando a DTM a essa modalidade. Objetivo: Investigar a prevalência e severidade dos sinais e sintomas de disfunções temporomandibulares em praticantes de CrossFit®. Também objetiva-se verificar se há relação entre o tempo de prática do CrossFit®, participação em competições e aumento da prevalência de sintomas de DTM. Materiais e Métodos: Este trabalho é um estudo transversal desenvolvido no município de Jaú/SP. Participaram 52 indivíduos do sexo masculino, com idade entre 20 a 40 anos praticantes de CrossFit® com tempo de treino entre 4 meses a 8 anos, competidores ou não. As variáveis de desfecho foram o escore de sinais e sintomas e grau de severidade da DTM aferidos pelo Questionário e Índice Anamnésico de Fonseca, além de análise estatística comparativa com a literatura. Resultados: Entre os praticantes de CrossFit® que participaram da pesquisa 40,4% possuem algum grau de DTM. Desses, 38,4% de grau leve e 2,0% de grau moderado. Não foi encontrada diferença estatística na prevalência de sinais e sintomas da DTM e o tempo de treinamento e nem diferença entre competidores e não competidores. Entretanto o teste de hipóteses apontou que a prevalência de sinais e sintomas da DTM em praticantes de CrossFit® é significativamente maior que o encontrado na população geral. Também é maior que o encontrado em indivíduos que realizam levantamento de peso em academias. O teste estatístico indicou ainda porcentagem de sinais e sintomas de DTM semelhantes ao encontrado entre lutadores de boxe. Conclusão: Dos praticantes de CrossFit®, 40,4% apresentou DTM, sendo 38,4% de grau leve e 2,0% de grau moderado. Não foi encontrada relação entre tempo de prática da modalidade ou o fato de ser competidor com aumento DTM. Após a realização do presente trabalho, nota-se a necessidade de novas pesquisas utilizando instrumentos objetivos como a eletromiografia e dinamômetros durante a execução de exercícios específicos para investigar a atividade muscular e o hábito de apertamento dentário.
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