RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA NO CAMPO DE ESTÁGIO
INTERVENÇÕES PSICOEDUCATIVAS
Palavras-chave:
RESSOCIALIZAÇÃO, PRIVAÇÃO DE LIBERDADE, PSICOLOGOResumo
Introdução: O ser humano é dotado de uma necessidade inata de ser parte de um grupo, no qual suas ações sejam aceitáveis, possibilitando um ambiente de confiança, empatia e desenvolvimento. A sociedade é um grupo regido por um conjunto de regras e deveres que regulamenta o convívio, estabelecendo os direitos, as diretrizes para cumprimento do bem-estar social, assim como punições e sanções em virtude do descumprimento das leis. Todavia há uma falsa percepção de liberdade, pois esta é condicionada e organizada de acordo com a cultura, portanto não é universal. O método utilizado para disciplinar e punir os indivíduos que infringem o cumprimento das leis e normas jurídicas estabelecido pela constituição é a prisão, que tem como principal característica a privação de liberdade. No entanto, esse método é questionável e apresenta divergência entre vários autores. A atuação do psicólogo dentro deste contexto, possibilita intervenções psicoeducativas para que esses indivíduos ampliem a visão de mundo e com isso, espera-se haver uma redução da reincidência. Objetivo: O presente estudo objetivou relatar e discutir como ocorre a intervenção psicoeducativa em grupo dentro de um Centro de Ressocialização (CR) que apresenta como principal queixa a ansiedade e angústia pelo regresso a sociedade. Método: Relato de experiência. Resultado e Discussão: A reunião com a equipe técnica e a visita ao campo possibilitou observar como é a estrutura, a organização e as dependências do CR. A intervenção teve início com oito integrantes e finalizou com três, pois cinco tiveram o Regime Aberto (RA) concedido. O grupo era composto por homens de diversas faixas etária que cumpriam pena por tráfico ou homicídio. O contexto inicial apresentado estava associado a ansiedade, no entanto, o foco do projeto foi fornecer bases para que os reeducandos pudessem retornar a sociedade com a possibilidade de novas formas de pensar e lidar com diversas situações, trabalhando temas como: tipos de liberdade; tipos de prisões; recolocação no mercado de trabalho; cursos; rede de apoio e várias dinâmicas para desenvolver estratégias de enfrentamento de situações buscando soluções e/ou respostas mais assertivas. A atuação dos estagiários foi ativa, pois pensavam em atividades, montavam e aplicavam. No grupo, as técnicas utilizadas visavam auxiliar a observação do momento presente, respiração, pedir ajuda e a importância da rede de apoio, ter metas e objetivos, motivação para fazer novos ciclos e reflexão por meio de letras de músicas, metáforas e parábolas, assim como troca de experiência pessoais. Algumas atividades foram feitas e concluídas com sucesso, outras houve necessidade de adequação para aplicação, mas, todas foram positivas e alcançaram os objetivos traçados. Considerações Finais: O estágio possibilitou uma vivência profissional, contato com a demanda apresenta e como trabalhar em grupo. Todavia, ressalta-se que o trabalho realizado nesse contexto, não é garantia de que os membros mudaram e não tornaram reincidentes, visto que cabe a cada um agir e fazer a própria história.